PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS

PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS
GOVERNO MUNICIPAL

SOBRE O PRIMEIRO DE MAIO


DIA DO TRABALHO: TRABALHAR MENOS, PARA TRABALHAR TODOS

O capitalismo é o sistema econômico que mais transformou a face da humanidade até aqui – como o próprio Marx havia reconhecido no Manifesto Comunista. Porém, a estrutura central do capitalismo se articula pela separação entre os produtores da riqueza e os que se apropriam dela, entre os trabalhadores e os capitalistas.


Esse processo de alienação do trabalho – em que o trabalhador entrega a outro o produto do seu trabalho – percorre todo o processo produtivo e a vida social. O trabalhador não se reconhece no que produz, não decide o que vai produzir, com que ritmo vai produzir, qual o preço de venda do que ele produz, para quem ele vai produzir. Ele é vítima do trabalho alienado, que cruza toda a sociedade capitalista. Ele não se reconhece no produto do seu trabalho, assim como o capitalismo não reconhece o papel essencial do trabalhador na sociedade contemporânea.

A luta dos trabalhadores, ao longo dos últimos séculos foi a luta de resistência à exploração do trabalho. Esta se dá pela apropriação do valor do trabalho incorporado às mercadorias, que não é pago ao trabalhador e alimenta o processo de acumulação de capital.

Não por acaso o Primeiro de Maio, dia do Trabalhador, foi escolhido para recordar o massacre de trabalhadores em mobilização realizada em Chicago, pela redução da jornada de trabalho - uma das formas de busca de diminuição da taxa de exploração do trabalho.

Neste ano o tema central do Primeiro de Maio será o da diminuição da jornada de trabalho. A grande maioria da população vive do seu trabalho, acorda bem cedo, gasta muito tempo para chegar a seu local de trabalho, onde ficará a maior parte do seu dia, gastando muito tempo para retornar, cansada, apenas para recompor suas energias e retomar no dia seguinte o mesmo tipo de jornada. Para trabalhar de forma alienada e receber um salário que, em grande parte dos casos, não basta sequer para satisfazer suas necessidades básicas. Uma vida tão sacrificada produz todas as riquezas do país, embora não tenha o reconhecimento e a remuneração devida.

Só isso bastaria para que um dos objetivos nacionais devesse ser o da redução da jornada de trabalho. Que o desenvolvimento tecnológico não seja apropriado pelos grandes capitalistas para maximizar a taxa de lucro, mas reverta para a diminuição da jornada de trabalho, para o pleno emprego, para a melhoria das condições de trabalho da massa trabalhadora.

Que o Brasil conclua os dois mandatos de um trabalhador como presidente da República, diminuindo a jornada de trabalho!

(Emir Sader é Sociólogo e Cientista Político. Publicado originalmente no Contraponto PIG).

Um comentário:

  1. Estou relendo um livro cuja primeira edição é ainda do século passado. Chama-se Manual do Idiota Latino-Americano. Não há nada mais oportuno para descrever o Emir Sader do que este livro.
    Depois da crise dos bancos americanos, eles voltaram com a corda toda, sonhando com a destruição do capitalismo, e tendo a chance de louvar mais uma vez o regime cubano, onde se pratica o socialismo castrense, que eles querem para o nosso país.
    Faz tempo que não vejo um marxismo tão atrasado tão superado quanto o Emir Sader escreve neste artigo. Marx merece melhores defensores e os trabalhadores também.
    Aqui não dá para argumentar longamente. Posso dizer somente que se a jornada de trabalho for diminuida sem aumento de produtividade, os salários tem que diminuir ou a taxa de lucro. Com a diminuição desta última as indústrias vão para a China, ou outro pais, que já descobriu algumas vantagens do capitalismo, e a corda arrebenta do lado mais fraco dos salários, pelo desemprego que o nosso trabalhador e conterrânio Lula não conseguiu eliminar nem no ABC paulista.
    Não sei porque ele diz que em dois mandatos de um trabalhador, a jornada de trabalho deveria diminuir. E o FHC não era trabalhador não? E a Dilma é? Sendo assim o Lula deveria indicar o Vicentinho para sucedê-lo, e assim ele seria sucedido por outro trabalhador.
    É uma das manias do idiota latino-americano ficar pensando que só quem trabalha é quem está nos galpões melados de óleo. Eu insinuei, em artigo recente no Blog da CIT que os nossos congressista deveriam trabalhar mais, mas os considero quando trabalham, trabalhadores como qualquer outro. Será que deveríamos reduzir as jornadas deles também?

    Zezinho de Caetés (Blog da CIT)

    ResponderExcluir

SUBSÍDIO PARA COMPRA DE CASA

SUBSÍDIO PARA COMPRA DE CASA
FINANCIAMENTO PARA CASA PRÓPRIA