Por Michel Zaidan Filho*
Desde o início dessa operação chamada
de "Lava Jato", também conhecida como "caça PT", venho
advertindo para a carga de ressentimentos, ódio, malquerenças que se
materializou em atos de violência contra ex-ministros
petistas, a ex-presidente Dilma, o ex-presidente LULA e até contra
simpatizantes do PT, como o compositor Chico Buarque de Holanda.
Parece que muitos queriam transformar
o aparelho judiciário no meio de uma vindita privada, num ordálio ou
retaliação particular contra desafetos políticos. Houve até torcida organizada
pela prisão e condenação de importantes líderes do Partido dos
Trabalhadores.
Em muitos casos, somou-se
a má-fé com a desinformação para produzir uma espécie de
linchamento moral público contra os petistas. Institutos penais como a
presunção de inocência ou o benefício da dúvida foram jogados na lata de
lixo dos tribunais, numa modalidade de"justiça popular" maoista, sem
o devido processo legal e o direito do contraditório.
Jurisprudências duvidosas, celeridades
inauditas nos ritos processuais e abuso de autoridade ajudaram muito a
difundira imagem do inimigo número um da moralidade pública e dos
interesses do país. Enquanto uma quadrilha de ladrões - que ora se apresenta ao
distinto público pedindo o seu voto - vendia o patrimônio público apreço de
bananas, na bacia das almas.
Era mais do que previsível que essa política do amigo e do inimigo comandada pelo ódio e pela irracionalidade desaguasse em práticas fascistas de campanha, como agressões e tentativas de assassinato. O grau de animosidade dos partidários deste ou aquele candidato responderia, mais cedo ou mais tarde, por algum atentado ou coisa pior.
E o ícone inconteste dessa verborragia
belicosa e guerreira foi o capitão do Exército, Jair Bolsonaro. Ninguém se
distinguiu tanto como ele em transformar o clima da campanha eleitoral
num campo de batalha, ora contra as mulheres, ora contra os assaltantes, ora
contra os negros e homossexuais.
Bolsonaro plantou a semente da intolerância
e do ódio, através de suas inúmeras entrevistas, declarações e participações em
debates públicos.
Lamentavelmente, encontrou audiência
e simpatizantes. Por mais inquietante e deplorável que sejam esses
18% de intenções de voto do candidato, sobretudo entre os jovens, é da essencia
do regime democrático a expressão do dissenso e da discórdia
em relação aos valores democráticos, republicanos ou ligados aos
direitos humanos.
Simplesmente reprimi-los, aí sim seria
alimentar uma serpente que só cresceria ao longo do tempo, dando motivo aos
seus apoiadores de estarem sendo censurados ou proibidos. Fascismo,
intolerância e obscurantismo se combate com o bom debate, com
sólidos argumentos e a exposição pública de quem defende essas ideias.
O que não se esperava é que o pai de
tantas intolerâncias e sandices fosse transformado pela televisão em vítima do
inconformismo político e na tentativa de assassinato, quando ele próprio tem
sido o maior incentivador dessas atitudes violentas, antidemocráticas,
racistas, homofóbicas e misóginas.
A propósito, a primeira imagem do
candidato após o incidente de seu ataque, foi a pose de quem carrega uma arma
de fogo. Esse triste e lamentável episódio - de uma campanha já de si muito
violenta e carregada de rancor e preconceitos - precisa
naturalmente ser apurado com rigor e aplicada uma punição exemplar a
seus responsáveis.
O que não é possível nem aceitável é
que o principal autor desse clima beligerante seja
agora transformado em vítima de seu próprio veneno,
aliás. A sociedade brasileira necessita de paz e serenidade para
escolher seus candidatos, a partir de um processo argumentativo racional. E não
da dramatização irresponsável de um atentado político-eleitoral.
Em nada contribui para o
esclarecimento do eleitor espetacularizar
atos de desespero político ou ditado por motivações desconhecidas.
Votar sob a pressão emocional (contra ou a favor) não leva a escolhas
sensatas e responsáveis.
*Michel Zaidan Filho é professor na Universidade Federal de Pernambuco.
Na verdade quem plantou a semente da divisão de classes e o ódio entre as pessoas foram vocês esquerdistas que não sabem fazer nada além disso. Bolsonaro ao contrário apontou para essa característica da esquerda e a desnudou diante de todos. Vocês agora não enganam ninguém mais.
ResponderExcluirSe todos lessem este texto, quem sabe aprenderiam alguma coisa? Infelizmente a nossa sociedade está bitolada a um mundo irreal... Misericórdia para todos nós...
ResponderExcluirNão sei quem escreve mais baboseira, o pelego Zaidam , ou o repetitivo, cansativo , Paulo burques camelo da legião estrangeira
ResponderExcluirQuer dizer que ter posição contrária, e o mesmo que semear o ódio ?
Semear o ódio pra mim e comemorar facada, como parte da esquerda deslocada ta fazendo.