Mário Caetano está perto dos
50 anos, tem mulher e dois filhos. Ele mora na Cohab II e trabalhou na Coca
Cola, como pedreiro e outras atividades da construção civil.
Outro dia, numa roda de
amigos em sua casa, ele lembrava uma história de mais de 30 anos atrás.
Ele morava então no Sítio
Muniz, que fica em Garanhuns, mas já nas proximidades do distrito de
Freixeiras, que pertence a São João. Trabalhava lá mesmo, no campo, recebendo
por semana.
Um dia, o garoto veio à
cidade e entrou na loja Iza Calçado, que na época ainda ficava na Rua Dom José.
Escolheu um sapato para jogar
futebol, chamado “kichute’”, mas na hora de levar não deu certo: não possuía comprovante de rendimentos e não tinha nem identidade, porque ainda era menor
de idade.
Foi quando chegou o dono da
loja, o hoje prefeito Izaías Régis, naquele tempo ainda bem jovem, meio
cabeludo e vestido na moda, com o jeito descontraído que mantém até hoje.
Perguntou onde o rapaz morava
e trabalhava, quanto ganhava por mês, quando podia fazer o pagamento do sapato... E
depois da conversa mais ou menos rápida chamou o vendedor e disse: “Faça o
crediário do rapaz, pode vender o sapato que ele quer”.
Quinze dias depois Mário
voltou à loja, fez o pagamento e procurou o dono do estabelecimento, para
agradecer pela confiança.
Izaías pode não lembrar mais
do menino, que hoje é homem maduro, mas Mário Caetano nunca esqueceu a atenção
que recebeu e a confiança demonstrada pelo comerciante.
O empresário cresceu nos
negócios, entrou na política e hoje está no segundo mandato como prefeito de
Garanhuns.
Talvez por gratidão devido a um um
simples gesto de mais de 30 anos atrás, Mário votou em Izaías nas três vezes em
que ele se elegeu deputado e todas as vezes em que o mesmo disputou a
prefeitura. Quando perdeu e quando saiu vitorioso.
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