Já estou no Recife. Cheguei
à capital pernambucana perto de 1 hora da manhã deste sábado, depois de sete
horas num ônibus, entre Itaperuna e o Rio de Janeiro, e duas horas e quarenta
minutos de voo, entre a “cidade maravilhosa” e a “Veneza brasileira”.
Ainda hoje estarei na minha
querida Garanhuns, curtindo o frio gostoso e a minha modesta, mas acolhedora
casa na Cohab II. Quero ver meus filhos Lulinha, Tiago, Vitória e Carol, dar
uns amassos na minha companheira de 28 anos de estrada, Tereza Almeida da Silva,
e beijar minhas netas Luana, Clarice e Fernanda, esta última que acaba de completar seu
primeiro aninho de vida.
No Rio deu tudo certo, como
meu irmão Júnior já adiantou. Na cidade do Norte fluminense, onde passei a
semana, fui submetido a uma Radiocirurgia, um procedimento médico moderno que
está sendo muito usado no tratamento do câncer, tumores chamados de benignos e
outras doenças.
Não chega a ser uma
cirurgia, como sugere o nome, mas é um tratamento não muito simples feito em
duas etapas, com a participação de uma pequena equipe de neurologistas e um ou
mais radiologistas.
A primeira etapa do
procedimento é a mais dolorosa. Os médicos colocam uma estrutura de aço na
cabeça do paciente, tipo um “chapéu furado”, e como que parafusam a testa e a
nuca da pessoa dos lados esquerdo e direito.
Mesmo com anestesia você
sente um pouco de dor.
O pior é quando eles (os
médicos) começam a mexer na cabeça do doente, fazendo uma medicação e num
determinado momento parece que o cérebro foi separado do corpo e está
flutuando. Você sente uma sensação terrível, como se estivesse sendo arrancado
deste mundo de maneira fria e cruel.
Tudo passa rápido, contudo,
e como não foi necessário corte (apenas uns furinhos na testa e na nuca), logo
se é mandato de volta para o leito, onde é recomendado o descanso por algumas
horas.
Na parte da tarde, é feita
a segunda etapa do procedimento, com uma sessão única de radioterapia,
orientada por uma ressonância e uma tomografia, os dois exames feitos no
hospital de Itaperuna, o segundo já depois da intervenção médica da manhã.
Aí é super tranquilo, nenhuma
dor ou desconforto. Apenas fica-se deitado, os técnicos atingem os locais
escolhidos com precisão milimétrica e após uns 20 minutos tudo está terminado.
Isso tudo foi na última
quarta-feira e na quinta pela manhã o médico chefe da equipe me deu alta.
A CIDADE E O HOSPITAL –
Itaperuna é uma cidade de 100 mil habitantes, bem cuidada, porém nem de perto
tem a beleza de Garanhuns. Se fosse para comparar estaria mais para Arcoverde
um pouco maior, ou Caruaru três vezes menor.
O povo da cidade é
simpático e hospitaleiro, o lugar tem bons restaurantes, hotéis simples e limpos, com boa comida e
preços incrivelmente baixos.
O município tem uma
pecuária forte, um comércio mais fraco do que o de Garanhuns e o Hospital São
José do Avaí, que existe há 67 anos, é uma entidade filantrópica e atende 60%
dos pacientes através de convênio com o SUS.
A unidade de saúde de
Itaperuna tem mais ou menos o porte do Hospital Dom Moura. Se dá para comparar
em termos de tamanho, em tudo o mais é diferente. O atendimento é bom da
entrada à enfermaria, passando pela atenção dos médicos e a gentileza de todos
os técnicos ou auxiliares.
Nos quase três dias que
passei no São José, não vi um funcionário ou funcionária de cara feia ou mal
humorado ( exatamente o contrário do Dom Moura, não é verdade?).
Como é uma referência na região
Norte do interior do Rio de Janeiro, o hospital itaperunense atende muitas
pessoas inclusive de municípios maiores. O maior exemplo é que na enfermaria em
que fiquei (um local totalmente limpo, bem cuidado e arejado) a maioria dos
pacientes viera de Campos, cidade com 50 mil habitantes a mais, porém sem uma
unidade de saúde com os mesmos recursos.
Para ficar mais claro a
qualidade do São José do Avaí: Lá além da boa equipe médica, da organização, da
agilidade no atendimento e da educação do corpo de funcionários, tem bons
equipamentos para realizar ultrassonografias, ressonâncias e tomografias
computadorizadas, além de radioterapias (acredito que quimioterapia também) e
radiocirurgias.
Este último procedimento,
que Pernambuco não cobre pelo SUS, no meu caso não ficaria por menos de R$ 50
mil, caso feito no Hospital Português no Recife.
Por isso tive de viajar
perto de 2.500 km, com a ajuda valiosa dos meus verdadeiros amigos de Garanhuns
e, sobretudo, de meus irmãos Aurélio, Eduardo, Júnior, Ana Cláudia, minha mãe
Maria das Neves, graças a Deus lúcida e forte aos 83 anos de idade; além da
força dos meus queridos filhos.
Mais uma etapa foi vencida
com êxito graças a tanta gente boa que chega junto quando se precisa e
principalmente ao Deus do Universo, que comanda enfermeiros, médicos, governantes, motoristas, pilotos de
avião e cada um da gente, de passagem por esse mundo vão.
O tratamento que fiz me dá
uma possibilidade maior de me ver livre deste tumor que entrou na minha vida
desde o ano de 2006. Terei que fazer uma ressonância a cada seis meses para
checar a eficácia da Radiocirurgia.
É rezar e pedir para
continuar recebendo as bênçãos do Senhor, o dom da vida, o prazer de escrever,
trabalhar, divulgar Garanhuns e o Agreste, ter esse canal de comunicação com
tanta gente.
Obrigado aos leitores, aos
que ficaram na torcida, aos que fizeram orações, aos que gostam do jornalista e
da pessoa que sou.
Um abraço especial para
amigos muito queridos como Jorge Cordeiro, Luizinho Roldão, Ivo Amaral, Betânia
da Ação Social (que viabilizou em tempo recorde a aprovação para o tratamento
em Itaperuna), Hélio Faustino (que provou ser um homem do bem e capaz de toda
solidariedade possível), minha querida conterrânea, amiga e comadre Maria
Almeida, Izaías e Socorro Régis, que mesmo com tanto afazeres também têm sido
muito solícitos quando deles se precisa.
Trouxe na bagagem um livro
de um dos meus escritores preferidos, Martha Medeiros, o amor por minha
terra e pelos bens mais preciosos da vida (mãe, irmãos, mulher, filhos, netos,
amigos...), afora a esperança de dias ainda melhores pela frente e o renascer
perto dos 60.
Deixo um beijo no coração
de cada um. (Roberto Almeida).
roberto estar bom e mendoncinha estar livre parabens para os dois
ResponderExcluirPREZADO ROBERTO,
ResponderExcluirCUIDADO NOS CORVOS E ATEUS QUE VÃO LHE ABENÇOAR POR VOCÊ TER CHEGADO SÃO E SALVO DEPOIS DE TER VENCIDO ESSE ABCESSO EM DEFINITIVO;
A TRAIRAGEM, FALSIDADE E INGRATIDÃO, TAMBÉM, PODEM SER ASSUMIDOS OU TRATADOS COMO CÂNCER MALIGNOS;
CUIDADO QUE A FALSIDADE TEM UMA FORMOSA APARÊNCIA.
P.S1.: - Tô falando sério, cara!!!
P.S2.: - Você deveria publicar o nome desses médicos, digo, deuses da medicina que lhes curou...
QUE DEUS TE ABENÇOE!! SEMPRE, SEMPRE!! - E A VIDA CONTINUA!! ("Mens sana in corpore sano".) /.
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