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FRANCISCO ALVES - GRANDES NOMES DA MPB - 99º

Francisco Alves começou a aparecer no cenário musical brasileiro antes do surgimento do rádio, em 1918, participando como cantor de companhias de teatro. Nos anos 20 gravou, ainda pelo sistema mecânico, os primeiros discos,  com composições de Sinhô. Uma delas, O Pé de Anjo, uma marcha carnavalesca, foi seu primeiro sucesso.

Quando veio o rádio Francisco Alves virou um fenômeno popular. Foi uma espécie de Roberto Carlos das primeiras décadas do século XX.

O artista interpretou todos os gêneros e foi quem mais gravou na época dos discos em 78 rotações: 526, com 983 canções.

Estreou na Rádio Sociedade em 1929, quando se transformou em grande vendedor de disco e ídolo das multidões. Ficou no topo até sua morte, na década de 50, num acidente de carro.

Passou por várias emissoras até se fixar na Rádio Nacional, a partir de 1941. Seu programa, com o sugestivo nome Quando os Ponteiros se Encontram, apresentado por Lúcia Helena, tinha grande audiência naqueles tempos.

No começo da carreira Alves sobrevivia como motorista, mas depois pode se dedicar exclusivamente à música.

Filho de portugueses, Francisco de Morais Alves nasceu no Rio de Janeiro, em 1898. O desastre que tirou sua vida aconteceu em 1952, em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, quando o seu automóvel bateu de frente num caminhão. 

No Livro "Roberto Carlos em Detalhes", Paulo César Araújo registra que a estrada tem silenciado a voz de muitos cantores brasileiros. Além do artista sobre o qual estamos escrevendo, morreram em circunstâncias parecidas nomes como Gonzaguinha, Milton Carlos e Jessé.

Francisco Alves está sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro e até hoje seu túmulo atrai muitos visitantes e fãs. Seu epitáfio foi escrito pelo jornalista David Nasser, que brilhou anos nas páginas da Revista O Cruzeiro.

“Tu, só tu, madeira fria, sentirás toda agonia do silêncio do cantor”, escreveu Nasser.

Além do citado Sinhô, Francisco Alves gravaria músicas de grandes compositores da música popular brasileira, como Ary Barroso (Aquarela do Brasil), Pixinguinha, Noel Rosa, Herivelto Martins, Mário Reis, Nélson Ferreira, Capiba, Nássara, João de Barros, Lamartine Babo e Mário Lago (Fracasso).

Gravou discos com duas grandes estrelas da música popular brasileira: Carmen Miranda e Dalva de Oliveira.

Algumas músicas que ficaram conhecidas na voz de Francisco Alves: Cadeira Vazia (Alcides Alvez e Lupicínio Rodrigues), Caminhemos (Herivelto Martins), Cinco Letras que Choram (Silvino Neto), Esses Moços (Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues), Feitio de Oração (Noel Rosa), Fita Amarela (Noel Rosa), Malandrinha (Freire Júnior), Marina (Dorival Caymmi) e Nervos de Aço (Lupicínio Rodrigues).

A maioria dessas canções foi regravada por diversos artistas, décadas à frente, ficando conhecidas nas vozes de Nélson Gonçalves, Maria Betânia, Paulinho da Viola, Ney Matrogrosso, Gilberto Gil e outros.

Por conta do seu vozeirão potente, Francisco Alves, também conhecido como Chico Viola, foi chamado de “O Rei da Voz”.

O artista, que deixou sua marca definitiva na música nacional, já foi biografado em livros, jornais e revistas.  Foi retratado também no cinema e na televisão. Foi intepretado por Cyl Farney em “Chico Viola não Morreu” e por Mário Gomes no filme Tabu (1982). Jandir Ferrari interpretou Francisco Alves no longa Nélson Gonçalves, de 2001 e Fernando Eiras viveu o cantor na minissérie global “Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor (2010).

Muitos outros cantores brasileiros se destacaram pela voz privilegiada. Nem todos puderam ser retratados nesta série. Escrevemos sobre Nélson Gonçalves e Vicente Celestino, mas ficaram de fora nomes como Cauby Peixoto, Aguinaldo Rayol, Aguinaldo Timóteo e Emílio Santiago.

Todos eles, em diferentes épocas, deram sua contribuição à musica brasileira. Cada um com seu estilo, vivendo seu tempo e cantando o que era do seu gosto.

Uns conseguiram se tornar ídolos populares, a exemplo do próprio Francisco Alves, Nélson, Timóteo e Cauby. Outros, apesar do vozeirão, por um motivo ou outro não tiveram o mesmo êxito. Emílio Santiago, o mais contemporâneo deles, tem um bom público, porém nunca arrebatou multidões, como os outros. Aguinaldo Rayol chamou a atenção da crítica e do público,  nos anos 60,  e depois sumiu. Parece nunca ter definido um repertório ou mesmo não continuou investindo na carreira artística como devia.

Com Francisco Alves, o Rei da Voz, chegamos ao penúltimo nome da série os Grandes Nomes da MPB. Da próxima vez, com o perfil do artista de número 100, encerraremos este trabalho. O nosso último biografado será Roberto Carlos, o cantor de maior êxito no país nos últimos 50 anos, com mais de 130 milhões de discos vendidos, conhecido e amado por pessoas de todas as idades. (Principal Fonte de Consulta: Enciclopédia da MPB).

VALSA DA DESPEDIDA - Ao clicar no nome da música, todo em maiúsculo, você acessa um vídeo curioso postado no yotube. Traz imagens do filme "Os Girassóis da Rússia", dirigido por Vittorio De Sica e estrelado por Marcelo Mastroianni e Shopia Loeren. Francisco Alves e Dalva de Oliveira cantam a "trilha sonora".

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