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O EXPRESSO DA MEIA NOITE
Em 1988 o cineasta inglês Alan Parker realizou Mississipi em Chamas, comentado aqui a semana passada e considerado por Audálio Ramos Filho como um dos melhores filmes do século XX. Acontece que este diretor, um dos grandes nomes da sétima arte nos anos 70/80, exatamente 10 anos antes conquistou platéias do mundo inteiro com um longa metragem denso e realista intitulado “O Expresso da Meia Noite”.
Alguns, talvez a maioria, poderão julgar Mississipi melhor, inclusive porque é mais conhecido, acredito que obteve mais êxito ou talvez mesmo tenha ofuscado um pouco o trabalho anterior, que se não ficou esquecido passou para um segundo plano.
Existem, no entanto, os que consideram o Expresso um filme superior, quem sabe o melhor da sólida carreira de Alan Parker, diretor também de Fama, Asas da Liberdade e as Cinzas de Ângela, dentre outros.
O Expresso da Meia Noite não lembra nada Mississipi em Chamas. O que as duas obras têm em comum é que foram realizadas pelo mesmo diretor, são envolventes e no elenco estão excelentes atores. Também há o fato de que os dois são baseados em fatos reais, envolvendo americanos. Se bem que um se passa no próprio país, abordando a questão do racismo, enquanto o outro vai até a distante Turquia para mostrar as agruras de um jovem das terras de Tio Sam nas mãos de homens estúpidos e cruéis.
O Expresso lembraria mais um Sonho de Liberdade, de 1994, um dos primeiros a ser comentado nesta série do blog. Os dois filmes mostram o sofrimento de um jovem na prisão, a falta de perspectiva, a crueldade, a tortura, a falta de sentimento humano, a injustiça...
No longa de Parker, o personagem principal, Billy Hayes (Brad Davis) realmente cometeu um delito. Num passeio pela Turquia, com a namorada Susan, resolve sair do país levando uma pequena quantidade de haxixe escondida no corpo. É pego no Aeroporto de Istambul e levado à prisão.
Sua vida vira um inferno, é espancado, pressionado de todas as formas e como outros que vivem situações semelhantes (seus colegas de prisão), tem de se esforçar para não enlouquecer.
Praticamente todos os personagens do filme, a começar de Hayes, estão muito bem caracterizados e convincentes. É um desses trabalhos feitos para o cinema que parece te puxar pra dentro da história. Você vive o drama, se envolve, se revolta, torce, pode chorar, ter ataques de raiva. O diretor não deixar o espectador respirar um minuto. Do início ao fim do filme você fica preso na cadeira, solidário ao pesadelo do jovem Billy e sem saber se ele conseguirá sair da enrascada em que se meteu.
Um outro personagem muito forte deste trabalho é o colega de infortúnio de Hayes conhecido como Max. É interpretado por Wiliam Hurt, simplesmente soberbo como em tantas ocasiões ao longo de sua carreira.
Assisti a este filme pela primeira vez no meu primeiro ano de faculdade e lembro que o impacto no Recife do final dos anos 70 foi imenso. As salas lotavam, os jornais comentavam e as pessoas comentavam em casa, no trabalho, na escola.
Revi baixado da internet poucos dias atrás. Confesso que guardava na memória pouquíssima coisa. Foi como tê-lo visto pela primeira vez e devo ter tido impressões semelhantes as do jovem de mais de 30 anos atrás. Gostei tanto que resolvi incluí-lo nesta seqüência, mesmo já tendo escrito sobre Alan Parker oito dias atrás.
É que o filme é bom mesmo, tanto quanto o citado Um Sonho da Liberdade, com a vantagem de ter sido feito 10 anos antes. Frank Darabont idealizou seu trabalho a partir de um conto de Stephen King (autor de O Iluminado e outros romances de terror e suspense) e de maneira nenhuma copiou nada do Expresso da Meia Noite. Não é difícil, porém, que tenha assistido o longa do mestre inglês e sofrido dele alguma influência.

O final de O Expresso da Meia Noite, como o de Um Sonho de Liberdade, se for revelado estraga o filme. Portanto vamos deixá-lo pra lá. O que podemos esclarecer é que o expresso em questão não é um trem, um metrô, um transporte qualquer para facilitar a fuga dos infelizes que penam numa prisão da Turquia.  No original inglês remete a uma gíria, para denominar o meio fantasioso ou quase impossível de sair do lugar em que foram jogados.
A história real do americano na Turquia foi sucesso de público e teve reconhecimento unânime da crítica especializada. O filme ganhou prêmios importantes fora e dentro dos Estados Unidos. Recebeu seis indicações ao Oscar, ficando com duas estatuetas, uma delas de Melhor Roteiro Adaptado.
Está incluído em livro entre os melhores filmes de todos os tempos.

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