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GRANDES NOMES DA MPB - 57º

JORGE VERCILO

As últimas décadas, no Brasil, não revelaram tantos cantores como nos anos 60, 70 e 80. A indústria do disco passou por profunda transformação, as novas tecnologias criaram uma realidade diferente e o velho esquema de mais de meio século – rádio, disco, show, sucesso foi alterado. Surgiu o MP3 e a internet ganhou força, simplesmente o jovem “baixa música” e junta centenas de canções num só lugar. Por que ir numa loja comprar um CD se eu tenho tudo dentro de casa, basta um clic? E ainda mais é quase tudo de “graça”.

Mesmo assim - com o rádio e a televisão inteiramente voltados para a promoção de artistas descartáveis e vazios -, tivemos nos anos 90 a ascenção de bons nomes na música brasileira, caso de Chico César, Zeca Baleiro, Vanessa da Mata e Jorge Vercillo. Há outros, esses, porém, parecem ser os mais bem sucedidos. Já na década passada, com um bom empurrão da TV Globo, apareceu com destaque Maria Gadú, que lembra um pouco as boas intérpretes de MPB de tempos atrás, como Maria Medalha, Betânia e até a Cássia Eller, esta última mais fisicamente, talvez no jeito de se vestir.

Jorge Luís Sant´Anna Vercilo nasceu no Rio de Janeiro, em 1968, ano do terrível A-5.

É do bairro do Botafogo, mas criou-se na praia do Leme. Desde menino tomou-se de paixão pelo Flamengo e sonhou ser jogador de futebol. Chegou a treinar nas escolinhas de base do clube, quando descobriu uma fita do cantor alagoano Djavan.

Ficou tão entusiasmado com o som do autor de “Meu Bem Querer” que resolveu trocar as chuteiras por um violão e os microfones. Aos 15 anos Vercillo já tocava e cantava e aos 16 começou a se apresentar pelos bares.

Com pouco mais de 20 anos participou de um festival de trovadores em Curaçau, no Caribe e ficou com o primeiro lugar, cantando a música “Alegre”. Neste mesmo evento, recebeu o prêmio de Melhor Intérprete.
Em 1993 começou a gravar o seu primeiro disco, lançado no ano seguinte. “Encontro das Águas” é um belo disco, que inclui músicas com a já citada “Alegre”, a faixa título, belíssima, “Penso em Ti” e “À Meia Luz”. É um trabalho muito homogêneo, numa linha romântica, porém já revelando um lado pop.

Dois anos depois veio o disco “Em Tudo que é Belo”, mais diversificado do que o anterior, mais ousado, dando oportunidade ao cantor de explorar mais a sua bela voz. A música “Fácil de Entender” foi o maior destaque, contudo a melhor faixa do CD é uma canção religiosa com influência dos sons indianos: Oração Yoshua.

Óh, mãe! Óh, mãe!
Tomai conta do planeta
perdoai, perdoai
por nossa descrença

Erguei, erguei
Vosso manto sobre a Terra
e o sol se põe
é noite na guerra

Trégua entre os homens que vão morrer
Trégua entre os homens que vão matar
arde a fogueira que rompe as trevas
pra dança das moças de Bagdá

Dormem por entre as ruínas
sem nem saber se vão acordar
chora escondido o menino
que ainda espera o seu pai voltar

Yoshua, Yoshua
Avatar das esperanças
perdoai, perdoai
Nossa intolerância

Calai, calai
o silêncio das crianças
que órfãs
nas ruas
ensurdecem a Terra

Trégua entre os mortos que hão de viver
Calma entre os anjos que hão de voltar
pra nova era romper as trevas
no ventre das fadas de Shangrilá

Jorrai o pranto nas pedras
lavai as trilhas de Canaã
sei que a intenção do profeta
é a iluminação
do próprio Satã

Essa letra belíssima é do próprio Vercillo. Os versos, numa interpretação verdadeiramente mágica, mais os arranjos orientais, fazem dessa música pouco conhecida do grande público um dos bons momentos da carreira do artista carioca.

Com o lançamento desse segundo disco, Jorge ganharia em 1997 o prêmio Sharp como melhor cantor pop do ano. Mesmo assim não era um nome conhecido nacionalmente.

Isto veio acontecer no ano 2000, com a gravação do CD “Leve”. A música “Final Feliz”, em que faz um duo com Djavan, seu ídolo da adolescência, fez grande sucesso em todo o país transformando Jorge Vercillo em estrela do primeiro time da MPB.

Final Feliz é claramente um grito de protesto contra os preconceitos e um hino ao amor homossexual. Muitos gostaram da música pela identificação com a letra, outros apreciaram da mesma forma sem estar entendendo nada.

A partir daí a carreira do cantor realmente decolou, ele começou a se apresentar em shows e gravar em parceria grandes nomes da MPB, a exemplo de Ivan Lins, Seu Jorge e Pepeu Gomes. Venceu duas vezes o prêmio TIM de música e foi uma das atrações de “Coisa de Jorge”, quando se apresentaram na praia de Copacabana quatro grandes da MPB: Jorge Benjor, Jorge Mautner, Jorge Aragão e Jorge Vercilo.

O cantor lançou novos CDs e um DVD nos últimos anos e se tornou cada vez mais requisitado para shows e muitas de suas músicas emplacaram nas trilhas sonoras das novelas. Conseguiu espaço também, durante um tempo, nos programas de televisão, principalmente a Globo, que não costuma incentivar artistas de valor.

Jorge Vercillo já esteve em Garanhuns no Festival de Inverno e fez um show também no Centro Cultural. É uma pessoa doce, educada, tanto quando está no palco quanto numa conversa informal com seus fãs.

O tempo corre e daqui a pouco vai completar 20 anos de carreira. Está na hora de reconhecer o seu valor e incluí-lo na relação dos grandes nomes da música popular brasileira.

ENCONTRO - Ao clicar na palavra ao lado, você acessa a um vídeo do youtube com Jorge Vercillo cantando "Encontro das Águas", uma das músicas mais significativas de sua carreira.

Um comentário:

  1. com 2 prÊmios TIM e 2 indicações ao Grammy latino, Jorge Vercillo traduz a poesia e grandiosidade nas suas canções. Mostrando toda a versatilidade e criatividade nas suas concepções musicais.
    Butterfly, Recife-PE

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